sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Em busca do texto Perfeito!

Será que ele existe mesmo, o texto perfeito? Mas o que é perfeição?

De acordo com o dicionário Aurélio de Língua Portuguesa, perfeição é “o conjunto de todas as qualidades; a ausência de quaisquer defeitos. O máximo da excelência que uma coisa pode chegar; correção. O maior grau de bondade ou virtude que pode alguém chegar; pureza. O mais alto grau de beleza a que pode chegar alguém ou algo. Execução sem falhas, perfeita. Precisão. Requinte, apuro, decoração. Maestria, perícia.” (Aurélio, p. 497).

Tomemos, dentre as várias definições apenas esta: ausência de quaisquer defeitos. Precisão. Logo, perfeição, substantivo feminino, significa algo que não apresenta defeitos, ao contrário, ele é preciso, perfeito.

Inicialmente, essa definição nos remete ao Renascimento e aos artistas clássicos, que almejavam uma arte perfeita, bela, pura, precisa. Mas, além disso, nos remete ao ideal consumista contemporâneo, em que ser perfeito, lindo e maravilhoso é pregado e cobrado pela nossa sociedade moderna. Ou seja, ser perfeito é sinônimo de felicidade, sucesso e poder. Porém, não irei neste primeiro texto de 2008 discutir a perfeição segundo a sociedade, e sim, a perfeição textual. Repetindo a questão: existe texto perfeito?

Se pensarmos na forma, isto é, na parte gramatical, sim. Há textos perfeitos, escritos com primor, usando as melhores palavras, frases e orações. Correto no que se refere à coesão. E em relação à idéia, ao sentido que todas as palavras, frase e orações querem passar, existe perfeição? Sim, quando a idéia se apresenta clara, límpida. As metáforas são verdadeiras jóias, criando imagens únicas e raras. Entretanto, vale lembrar que há também os textos imperfeitos, mas comentaremos em outro post.

Provavelmente o caro leitor deve estar se perguntando o motivo dessa discussão tão filosófica. O motivo é simples: a perfeição existe, e está nas pequenas coisas. No caso do texto, ela pode aparecer em qualquer texto. Na realidade, o texto perfeito está no desejo de escrever algo, que ao ser lido será admirado como obra de arte. Não importa se ele será uma narrativa, uma carta argumentativa ou um bilhete para mãe. O importante é escrever, mas sempre com o coração, que por sua vez, deve estar em perfeita sintonia com a mente. Como já disse Fernando Pessoa*, em seu poema “Isto”, que reproduzo a seguir.

“Dizem que finjo ou minto
Tudo que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.

Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.

Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!”

Nos últimos meses, desde que abri o blog PALAVRA ESCRITA, percebi como é difícil escrever, mas, apesar das dificuldades, esse espaço virtual me fez descobri o quanto sou apaixonada pela palavra literalmente escrita. Não importa o que escrevo, a paixão pela escrita está sempre presente. Portanto, ao longo de 2008, esta que vós fala, ops, escreve continuará atualizando esse maravilhoso blog, (claro que seguirá com os problemas de tempo versus preguiça da autora!), focando sempre a palavra escrita, seja ela na Literatura, nas HQ’s, nas reflexões sobre a vida e a arte.
*
*
*
*
*

2 comentários:

Old disse...

Perfeição...Pra mim significa Cláudia !!!

Anônimo disse...

belo texto...ajudará muito eu produzir uma matéria sobre "texto perfeito"...faço o 2º período de Jornalismo na UFPI e não tinha nem idéia por onde começar essa matéria...mas por esse teu texto já deu para ter uma noção!
Thamirys Ibiapina =)

Espaço para uma crônica

  A noite do barulho   Era 1h50 da manhã de sexta-feira quando fui dormir. Um pouco tarde, eu sei, mas o sono tem se atrasado ultimament...