domingo, 30 de novembro de 2008

Era...

... um silêncio estarrecedor! Um silêncio ensurdecedor! E profundamente pesado e melancólico! Às vezes ele era quebrado pelo ruído metálico das espátulas que batiam contra as pás. Pás estas que trabalhavam vagarosamente, mas não cessavam. Não paravam.

Os minutos tornam-se horas. As horas, dias. Os dias, meses. Os meses... O silêncio se faz presente ainda. Tão ensurdecedor do que antes! Tão pesado... tão triste!

Dia 18 de novembro, perdi a minha avó paterna. Mais do que a perda física, perdi a minha referência narrativa. Quando criança, lembro-me que ela me contava pequenas histórias de um ratinho que fazia mil peripécias para conseguir um pedaço de queijo e, claro, sem ser apanhado pelo gato.

Hoje, a única coisa que me lembro é do silêncio! Do dolorido e melancólico silêncio, que revela um imenso vazio, antes ocupado por ela! Mais uma vez, o estralar metálico ressurge e anuncia que seu trabalho terminou! O silêncio... este também ressurge. Silenciosamente. Sorrateiramente. Porque no final, a única coisa que fica é o silêncio, a saudade e a história!
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Era uma vez, um ratinho...
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