segunda-feira, 27 de outubro de 2008

Todo mundo canta junto e eu...

...finjo que canto também? Sinceramente, nunca pensei que tanto em fugir de um lugar com naquele dia 04 de outubro de 2008. Dramática? Sim, mas tente acompanhar o meu pensamento e, principalmente, a minha sensação.


Uma semana antes do show, um grupo de meninas, na verdade, uma dupla – Nathalia e Manuela – comenta sobre o Teatro Mágico e sobre o show que eles fariam no Memorial da América Latina. Imediatamente, vem a minha mente o comentário da Ellen: “Eles são ótimos!”. Na mesma hora topo ir também! Afinal, a curiosidade matou o gato, o cachorro...




E lá fomos nós! Nathalia, Manuela, Juliana e eu.




Elas, veteranas de shows do grupo, e eu, uma total leiga no assunto! Tão leiga que durante o show, eu simplesmente tentava acompanhar as músicas e a agitação do público. E diga se de passagem, o público era heterogêneo e multicolorido, pulava, vibrava, sorria encantados ao som do Teatro Mágico.



Do inicio ao fim, o espetáculo foi magia e encantamento! Fernando Anitelli e sua trupe seduziam a todos utilizando elementos oriundos do Circo e do Teatro. Agora, como um grupo que faz tais misturas, que nunca apareceu na TV ou tocou no rádio pode ter um público que sabe e canta todas as músicas?





A resposta é simples: INTERNET. Ao disponibilizar suas músicas na rede sem custo algum, O Teatro Mágico revela um posicionamento cultural e político. Eles não estão apenas divulgam, como também estão discutindo o papel da cultura brasileira numa sociedade que não a valoriza ou a simplesmente a ignora, especialmente se ela não estiver na mídia. Porém, Anitelli e Cia não se limitam a falar de cultura ou de sua pouca divulgação. Em “Cidadão de Papel” isso fica evidente, música que faz parte do Segundo Ato, nome do segundo cd e do show.

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Num jogo de palavras primoroso, a música denúncia a existência (ou seria a não existência?) de milhões de cidadãos que vivem “à margem de toda candura”; que “não habita, se habitua” a viver sem condições sociais e culturais, pois sua existência civil e cultural não passa de “um papelão”. É curioso, que “Cidadão de papel” me remete a uma outra música: “Comida”. Nela, os Titãs cantam que “A gente não quer só comida, A gente quer comida, diversão e arte.” Em outras palavras, de que adianta ter comida se a cultura fica longe de mim?





Mas ao longo do espetáculo, a cultura aproxima-se e ganha força e presença. Teatro, Música, Literatura, Dança, Circo... tudo torna-se uma coisa só. Regida pela magia e poder da palavra. É ela que produz a arte e a cultura, e é ela que cria a poesia. E é com poesia, rima e magia que O Teatro Mágico seduz, emociona e conquista o público, sem media ou mídia.




Passado o show, o deslocamento desaparece! Fica apena o deslumbramento e uma pontinha de tristeza! Porém, ela também logo passa, ao som do Segundo Ato, comprado na saida. Então surge uma certeza: a poesia prevalece, pois ela é ETERNA!



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Em homenagem a minha querida amiga, Ellen!

2 comentários:

Nathalia Lima disse...

Claudinhaaaa!
Ma-ra-vi-lha!

Fiquei feliz por você ter gostado.
Bom... com o Segundo ato e tuas mãos, tenho certeza que o próximo show vc não vai mais se sentir peixnho fora d'agua... kkkkk

Ficou mto bom Claudinha. Adorei!

BeeijO!

Ellen A. disse...

Que linda, rs
ficou maravilhosa a postagem, cada vez melhor com as palavras, me surpreendo sempre mais a cada palavra sua que eu leio...
O próximo show eu faço questão de que vá comigo, ou seria eu contigo? bom, de qualquer maneira, que ótimo que você gostou, a poesia PREVALECERÁ sempre!
Beijos, querida (:

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