Aproximadamente 4 semanas, mais precisamente, no dia 31 de julho deste ano, postei um texto intitulado “Reflexões de meio de ano”, que falava das minhas desmotivações recentes, e o quanto estava frustrada e decepcionada com a vida profissional e pessoal. Lembro-me também de ter escrito que relatar tais sentimentos era a forma que encontrei de “exorcizar os demônios, a de extravasar dores e magoas, porque ao transferi-las para o papel, mesmo que virtual; expurgo corpo e, principalmente, a alma. Seria como um grito estridente e sonoro que em função das convenções sociais, encontra-se preso na garganta!”
E concluo o poste com uma pergunta: “e o grito, ainda se encontra preso?”
A única resposta que tenho em mente e que digito agora é: NÃO SEI.
Ao reler esse texto, descobri que... não estou bem! E pior, que não sei como lidar com isso. Por mais que tente não pensar, o cérebro não colabora, o corpo não ajuda e a alma... esta está se esvaindo lentamente. A força... vaza pelos poros. Não a como detê-la. Dia a pós dia, sinto-me... pequena, não fisicamente, porém, é provável que tenha diminuído alguns centímetros... milímetros...
Dramático, não? Sim! Sem sombra de dúvida! E confesso que agora estou rindo. Rindo muito de tudo isso. Dizem que rir de si mesmo significa que você não se leva a sério. É possível. Tudo na vida é possível, até rir da própria desgraça? Sejamos mais leves. Troquem “desgraça” por “drama”, é mais sutil e, principalmente, teatral.
Será a vida um teatro, em que atuamos 24 horas por dia e só nos tornamos nós mesmos quando dormimos? Difícil dizer. Para Dom Casmurro, personagem de Machado de Assis, a vida é um teatro; na verdade, ela é uma ópera, em que o bem e o mal lutam. Dicotômico, não? Mas será que ele não tem razão?
Infelizmente não tenho resposta para essa e todas as outras perguntas que constantemente faço. Na verdade, não há resposta fácil para nenhuma pergunta difícil. Só existe a reflexão e a maturação que tais questões provocam. Entretanto, há a possibilidade de olhar o passado, na esperança de que com ele aprendamos algo que nos possa ser útil.
Foi pensando nisso, que reli o texto de 4 semanas atrás; esperando encontrar a resposta certa para a minha única pergunta: o que me espera no futuro? Ainda não sei a resposta ou se há resposta para tal questão. Sei apenas que ficar no passado não resolverá nada. Pelo contrário, isso só causará mais transtornos, como uma reforma na casa com os moradores morando dentro. Mas isso não quer dizer que devemos esquecer o passado. Sem ele não existe futuro nem presente, pois para se chegar ao amanhã, precisa-se antes passar pelo presente.
Além disso, isso não significa também que a vida seja uma linha reta. A vida é um ir e vir constante, e cabe a nós seguirmos sempre. Às vezes, voltaremos para o inicio, outras vezes iremos para o final e às vezes ficaremos parados. Lembro-me agora de um poema que tem tudo a ver com o que disse ao logo deste texto. E já que o blog foca Literatura, finalizemos com ela.
“No meio do caminho”, Carlos Drummond de Andrade*
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
*Memória Viva
E concluo o poste com uma pergunta: “e o grito, ainda se encontra preso?”
A única resposta que tenho em mente e que digito agora é: NÃO SEI.
Ao reler esse texto, descobri que... não estou bem! E pior, que não sei como lidar com isso. Por mais que tente não pensar, o cérebro não colabora, o corpo não ajuda e a alma... esta está se esvaindo lentamente. A força... vaza pelos poros. Não a como detê-la. Dia a pós dia, sinto-me... pequena, não fisicamente, porém, é provável que tenha diminuído alguns centímetros... milímetros...
Dramático, não? Sim! Sem sombra de dúvida! E confesso que agora estou rindo. Rindo muito de tudo isso. Dizem que rir de si mesmo significa que você não se leva a sério. É possível. Tudo na vida é possível, até rir da própria desgraça? Sejamos mais leves. Troquem “desgraça” por “drama”, é mais sutil e, principalmente, teatral.
Será a vida um teatro, em que atuamos 24 horas por dia e só nos tornamos nós mesmos quando dormimos? Difícil dizer. Para Dom Casmurro, personagem de Machado de Assis, a vida é um teatro; na verdade, ela é uma ópera, em que o bem e o mal lutam. Dicotômico, não? Mas será que ele não tem razão?
Infelizmente não tenho resposta para essa e todas as outras perguntas que constantemente faço. Na verdade, não há resposta fácil para nenhuma pergunta difícil. Só existe a reflexão e a maturação que tais questões provocam. Entretanto, há a possibilidade de olhar o passado, na esperança de que com ele aprendamos algo que nos possa ser útil.
Foi pensando nisso, que reli o texto de 4 semanas atrás; esperando encontrar a resposta certa para a minha única pergunta: o que me espera no futuro? Ainda não sei a resposta ou se há resposta para tal questão. Sei apenas que ficar no passado não resolverá nada. Pelo contrário, isso só causará mais transtornos, como uma reforma na casa com os moradores morando dentro. Mas isso não quer dizer que devemos esquecer o passado. Sem ele não existe futuro nem presente, pois para se chegar ao amanhã, precisa-se antes passar pelo presente.
Além disso, isso não significa também que a vida seja uma linha reta. A vida é um ir e vir constante, e cabe a nós seguirmos sempre. Às vezes, voltaremos para o inicio, outras vezes iremos para o final e às vezes ficaremos parados. Lembro-me agora de um poema que tem tudo a ver com o que disse ao logo deste texto. E já que o blog foca Literatura, finalizemos com ela.
“No meio do caminho”, Carlos Drummond de Andrade*
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
Tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra.
*Memória Viva
2 comentários:
Seja presente, viva o presente, valorize o presente. Saia do atoleiro passado e da miragem futuro. Acredite em você presente em seu presente e seja presente ao que apresenta-se a ele. Não será nem pelo passado e nem pelo futuro que você conseguirá fazer o que quer. A conquista exige o presente e o presente exige que você se coloque presente a ele.
O que escreveu está bem escrito ótimo, mas o agora é agora que pode até recepcionar o passado ou a perspectiva do futuro, mas deixar de ser agora não deixará de ser. Portanto...
Cadinho RoCo
Creio que suas angustias são as da maioria... Infelizmente !
Porém, eu acho que ficamos tão focados nos erros do passado e nas possibilidades do futuro que enfim... nos perdemos no presente, no agora, no momento atual que é o que realmente nos fará alcançar momentos melhores em um futuro próximo...
Vai saber neh ?
No fim das contas é muito mais fácil falar do que agir.... ;)
Desculpe me a invasão.
Bom sábado.
Beijos.
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