Hoje, na Europa, no Canadá e nos Estados Unidos, é dia de São Valentin, é Dia dos Namorados.
Como aqui tal comemoração ocorre apenas em junho, resolvi antecipar e recorri a Literatura, mais especificamente a Brasileira e mais profundamente a Moderna, para festejar o sentimento símbolo dessa data: o AMOR.
Claro que poderia utilizar minha experiência e falar sobre o Amor. Porém, acredite, ela não é digna de nota, nem de leitura. Sendo assim, fiquemos com a Literatura, pois esta sim é digna de leitura, de releituras e de muitas outras leituras.
Como aqui tal comemoração ocorre apenas em junho, resolvi antecipar e recorri a Literatura, mais especificamente a Brasileira e mais profundamente a Moderna, para festejar o sentimento símbolo dessa data: o AMOR.
Claro que poderia utilizar minha experiência e falar sobre o Amor. Porém, acredite, ela não é digna de nota, nem de leitura. Sendo assim, fiquemos com a Literatura, pois esta sim é digna de leitura, de releituras e de muitas outras leituras.
Aceitarás o amor como eu o encaro?..., Mário de Andrade*
Aceitarás o amor como eu o encaro ?...
...Azul bem leve, um nimbo, suavemente
Guarda-te a imagem, como um anteparo
Contra estes móveis de banal presente.
Tudo o que há de melhor e de mais raro
Vive em teu corpo nu de adolescente,
A perna assim jogada e o braço, o claro
Olhar preso no meu, perdidamente.
Não exijas mais nada. Não desejo
Também mais nada, só te olhar, enquanto
A realidade é simples, e isto apenas.
Que grandeza... a evasão total do pejo
Que nasce das imperfeições. O encanto
Que nasce das adorações serenas.
Enigma do amor, Murilo Mendes*
Olho-te fixamente para que permaneças em mim.
Toda esta ternura é feita de elementos opostos
Que eu concilio na síntese da poesia.
O conhecimento que tenho de ti
É um dos meus complexos castigos.
Adivinho através do véu que te cobre
O canto de amor sufocado,
O choque ante a palavra divina, a antecipação da morte.
Minha nostalgia do infinito cresce
Na razão direta do afastamento em que estou do teu corpo.
As sem-razões do amor, Carlos Drummond de Andrade*
Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.
Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.
Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.
Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.
Um comentário:
Muito legal o teu post. Parabéns pelo blog! Um abraço
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